Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs nesta quinta-feira (5) se declarar culpado no caso de evasão fiscal em andamento na Califórnia, numa tentativa de última hora de interromper o processo judicial. A seleção do júri estava prestes a começar em um tribunal de Los Angeles quando a defesa de Hunter, de 54 anos, anunciou sua disposição em aceitar a culpa, mesmo diante da possibilidade de condenação.
O juiz Mark Scarsi, responsável pelo caso, convocou um recesso na audiência para permitir que os promotores analisassem a oferta de Hunter Biden. Ele é acusado de sonegar US$ 1,4 milhão (aproximadamente R$ 7,8 milhões) em impostos ao longo da última década, enquanto gastava em um estilo de vida luxuoso que incluía profissionais do sexo e consumo exacerbado de drogas. A defesa alega que a sonegação foi consequência de uma vida desordenada, marcada pela dependência química e pelo trauma da perda de seu irmão Beau Biden, que faleceu em 2015 devido a um tumor cerebral.
Hunter Biden já enfrentou outro processo neste ano, em Delaware, onde foi condenado por mentir sobre seu consumo de drogas ao adquirir uma arma de fogo. O promotor especial David Weiss, encarregado do caso atual, continua buscando evidências que comprovem o crime de evasão fiscal, que pode resultar em até 17 anos de prisão.
O julgamento, caso continue, terá os argumentos iniciais apresentados na próxima segunda-feira. A defesa de Hunter destaca que ele já pagou os impostos devidos, juntamente com as multas, e que tentou chegar a um acordo judicial para evitar a prisão. No entanto, esse acordo falhou nos últimos momentos.
Desde então, Hunter tem tentado negociar um novo entendimento com a Justiça, embora as negociações sejam complicadas devido à pressão de membros do Partido Republicano. Os adversários políticos de seu pai têm tentado, sem provas concretas, apresentar a família Biden como um grupo que teria usado a carreira política de Joe Biden para acumular poder e riqueza.