Inflação do Consumo nos EUA: PCE Sobe 0,3% em Janeiro e Gastos Caem

O núcleo do índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE, na sigla em inglês), principal indicador de inflação monitorado pelo Federal Reserve (Fed), subiu 0,3% em janeiro na comparação com dezembro, conforme esperado pelo mercado. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 2,6%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos.

A projeção média dos economistas consultados pela Reuters era de que o núcleo da inflação subisse exatamente 0,3% na base mensal e 2,6% na base anual, o que se confirmou. O dado de dezembro, no entanto, foi revisado para cima, passando de 2,8% para 2,9% na base anual.

O índice cheio do PCE também registrou alta de 0,3% em janeiro, com avanço de 2,5% no acumulado dos últimos 12 meses, alinhado com as projeções do mercado.

Queda nos Gastos dos Consumidores

Apesar da inflação em linha com as expectativas, os gastos dos consumidores norte-americanos surpreenderam ao recuar 0,2% em janeiro. O mercado esperava um crescimento de 0,1% no período, após uma alta revisada para cima de 0,8% em dezembro.

Os gastos dos consumidores representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA e são um importante termômetro da economia. A queda inesperada pode estar relacionada ao arrefecimento do estímulo das compras antecipadas feitas em dezembro, em resposta às tarifas que encareceriam produtos importados. Além disso, temperaturas frias atípicas, tempestades de neve e os incêndios florestais em Los Angeles impactaram negativamente o consumo no mês.

Impactos na Economia e Expectativas

O desaquecimento dos gastos pode refletir em um crescimento mais fraco da economia no primeiro trimestre de 2025. As projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para o período de janeiro a março apontam para um crescimento abaixo de 2,0% em taxa anualizada. No quarto trimestre de 2024, a economia cresceu 2,3%.

As condições climáticas adversas também contribuíram para uma desaceleração na construção de casas e na geração de empregos, reforçando os sinais de moderação econômica.

Políticas Comerciais e Tarifárias

Além dos fatores climáticos, as políticas comerciais do governo de Donald Trump também afetam a economia. Recentemente, o presidente impôs uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses. Além disso, uma tarifa de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses entrará em vigor em 4 de março, após adiamento de um mês. Outras tarifas sobre aço, alumínio e veículos importados estão em fase de implementação.

O comportamento da inflação e dos gastos dos consumidores será determinante para as decisões do Federal Reserve em relação à política monetária nos próximos meses. O mercado segue atento aos próximos desdobramentos econômicos e às ações do Fed para controlar a inflação sem comprometer o crescimento econômico.

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