Irã Apela a Trump para Encerrar Guerras em Gaza e no Líbano

Em um pronunciamento durante uma cúpula de líderes árabes e muçulmanos em Riade, Arábia Saudita, o vice-presidente do Irã, Mohammad Reza Aref, fez um apelo direto ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para que ponha fim “imediatamente” às guerras em Gaza e no Líbano. Aref afirmou que o mundo espera que o novo governo dos EUA interrompa as ações militares de Israel nas duas regiões, que têm causado vítimas civis em massa.

“O governo americano é o principal defensor das ações do regime sionista [Israel], e o mundo espera que o novo governo dos Estados Unidos cumpra sua promessa de pôr fim imediatamente à guerra contra as populações inocentes de Gaza e Líbano”, declarou Aref, referindo-se aos ataques militares israelenses contra militantes do Hamas em Gaza e ao Hezbollah no Líbano. Essas guerras têm gerado uma escalada de tensões no Oriente Médio, com milhares de mortes e uma crise humanitária crescente.

O Irã tem sido um aliado crucial de grupos militantes como o Hamas e o Hezbollah, que enfrentam Israel, e tem constantemente criticado a política dos Estados Unidos de apoio incondicional ao Estado israelense. Em contraste, Washington considera o Irã como um dos principais adversários no Oriente Médio, particularmente devido ao seu financiamento e apoio a esses grupos.

Durante a presidência de Trump, os laços entre os dois países se deterioraram consideravelmente. Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear histórico com o Irã em 2018 e impôs duras sanções econômicas a Teerã. Esse rompimento do pacto nuclear, assinado por seu antecessor, Barack Obama, gerou uma escalada nas tensões, com o Irã retomando seu programa nuclear e aumentando suas ameaças na região, incluindo um confronto aberto com Israel.

Tensões Aumentam Após Tentativa de Assassinato

Além da questão das guerras no Oriente Médio, as relações entre os Estados Unidos e o Irã se tornaram ainda mais tensas na última semana, após a divulgação de um suposto complô de assassinato contra Trump. Na sexta-feira (8), o Departamento de Justiça dos EUA informou que agentes iranianos teriam planejado matar o ex-presidente, como uma vingança pela morte do general Qassem Soleimani, líder da força Quds da Guarda Revolucionária do Irã, que foi assassinado por um ataque aéreo ordenado por Trump em janeiro de 2020.

De acordo com os investigadores, um dos suspeitos do complô foi orientado por oficiais iranianos a planejar o assassinato de Trump antes das eleições presidenciais americanas de 2024. A ação foi interpretada como uma retaliação direta pela morte de Soleimani, que representou uma grande perda para o regime iraniano e aumentou ainda mais as hostilidades entre os dois países.

Implicações para a Política de Trump no Oriente Médio

O apelo de Aref, aliado às crescentes tensões com o Irã, coloca Trump diante de um cenário desafiador. Ao assumir o cargo em janeiro de 2025, o presidente eleito terá que lidar com um Oriente Médio em ebulição, onde as hostilidades entre Israel e seus vizinhos árabes, bem como as questões nucleares iranianas, continuam sendo tópicos centrais. A política de “America First” de Trump, que priorizou os interesses dos EUA e apoiou ativamente Israel, está em rota de colisão com as expectativas de seus rivais regionais, que esperam uma mudança de postura, especialmente em relação aos conflitos em Gaza e no Líbano.

Enquanto o mundo observa, a administração de Trump se prepara para lidar com esses e outros desafios no início de seu segundo mandato, com a questão do Irã e as guerras no Oriente Médio no centro da agenda diplomática global.

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