Teerã, 13 de agosto de 2024 – O governo iraniano rejeitou apelos internacionais para não atacar Israel, afirmando que está determinado a defender sua segurança nacional. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, declarou que não há lógica política em pedir que o Irã não retalie contra Israel. Essa declaração foi uma resposta à Alemanha, França e Reino Unido, que junto com os Estados Unidos, pediram na segunda-feira (12) que o Irã não reaja.
Nesta terça-feira (13), as Forças Armadas iranianas realizaram exercícios militares no norte do país, demonstrando sua prontidão e capacidade militar. Em resposta ao aumento das tensões, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelou sua viagem a Israel programada para o mesmo dia, mas aprovou mais de 20 bilhões de dólares em vendas de caças e munições para tanques ao país.
Duas autoridades americanas irão ao Oriente Médio para tentar diminuir a tensão. Nesta terça-feira (13), o Hamas lançou dois mísseis em direção a Tel Aviv; um caiu no mar e o outro, dentro de Gaza. Os disparos foram uma reação à morte de 19 pessoas no sul do território palestino, responsabilidade atribuída a Israel pelo Hamas.
Três autoridades do Irã disseram à agência de notícias Reuters que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza poderia adiar uma retaliação. Na quinta-feira, haverá uma importante negociação sobre isso entre Estados Unidos, Catar e Egito.
O presidente americano, Joe Biden, reconheceu a dificuldade em alcançar uma trégua, mas declarou esperar que o Irã desista do ataque se as negociações forem bem-sucedidas. No entanto, o Hamas afirmou que não participará da reunião.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusa o grupo terrorista de dificultar as negociações. Segundo o jornal “The New York Times”, Netanyahu também está colocando entraves. O jornal afirma ter obtido documentos que mostram que Israel fez cinco novas exigências nos últimos meses, incluindo o controle de um trecho da fronteira entre Gaza e o Egito.
O gabinete de Netanyahu não contestou os documentos, mas respondeu que não incluiu novas condições, apenas esclareceu detalhes para facilitar a negociação.
Críticos de Netanyahu afirmam que ele se preocupa em manter a coalizão do seu governo, que inclui políticos de extrema-direita contrários a um cessar-fogo, como Itamar Ben-Gvir, o ministro da Segurança Nacional. Nesta terça-feira (13), Ben-Gvir provocou a opinião pública mundial ao levar fiéis judeus até a Esplanada das Mesquitas, ou Monte do Templo, um dos lugares mais sagrados para muçulmanos e judeus. Segundo as regras de convivência em vigor, os judeus não podem rezar no local onde fica a Mesquita de Al-Aqsa.
O gabinete de Netanyahu repreendeu Ben-Gvir e afirmou que as regras precisam ser respeitadas.
O cenário tenso no Oriente Médio continua a preocupar a comunidade internacional, que busca soluções para evitar um confronto ainda maior na região.