Israel realiza ataque inédito em área cristã no Líbano, deixando 21 mortos

Israel bombardeou pela primeira vez a região de maioria cristã de Aitou, no norte do Líbano, nesta segunda-feira (14), resultando em 21 mortes e quatro feridos, segundo a Cruz Vermelha libanesa. O ataque atingiu uma residência alugada para famílias deslocadas, de acordo com o prefeito de Aitou, Joseph Trad. Esse foi o primeiro ataque israelense na área desde o início do atual conflito na região.

O incidente ocorre em meio à escalada das tensões entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. Horas antes, o Hezbollah havia lançado uma série de ataques com mísseis contra o norte de Israel, como parte de uma retaliação após a morte de quatro soldados israelenses em um ataque com drones no domingo (13). O ataque com drones também deixou mais de 60 feridos e foi reivindicado pelo Hezbollah como resposta a ações militares israelenses no sul do Líbano e em Beirute.

Em resposta aos recentes ataques, as Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que bombardearam alvos do Hezbollah, incluindo o comandante Muhammad Kamel Naeem, da Unidade de Mísseis Antitanque das Forças Radwan do Hezbollah. Naeem era acusado de planejar e executar vários ataques contra civis israelenses.

O conflito também gerou reações internacionais. A Embaixada dos Estados Unidos no Líbano emitiu um alerta encorajando seus cidadãos a deixarem o país “imediatamente”, indicando que os voos de evacuação organizados pela embaixada não serão oferecidos por muito mais tempo.

Os confrontos entre Hezbollah e Israel continuam intensos, com trocas de tiros e o lançamento de foguetes. Alguns mísseis disparados pelo Hezbollah foram interceptados pela defesa aérea israelense, enquanto outros caíram em áreas desabitadas. No norte de Israel, sirenes foram acionadas em várias localidades, com a população buscando abrigo.

Este novo ciclo de violência ocorre em meio a uma crescente tensão também com as forças de paz da ONU (UNIFIL) no sul do Líbano. No domingo, soldados da ONU teriam sido feridos após tanques israelenses invadirem uma base da UNIFIL, o que foi duramente criticado pelo Hezbollah.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, reafirmou que o país responderá de maneira firme aos ataques do Hezbollah, enquanto os Estados Unidos anunciaram o envio de um novo sistema de defesa aérea para reforçar a proteção israelense.

Com o agravamento do conflito, a comunidade internacional teme que a violência se espalhe para outras regiões, colocando em risco a estabilidade do Oriente Médio.

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