Morreu neste domingo (29), aos 100 anos, Jimmy Carter, 39º presidente dos Estados Unidos, em sua casa em Plains, Geórgia. Carter governou o país entre 1977 e 1981, marcando sua trajetória política com forte oposição a ditaduras, compromisso com os direitos humanos e esforços diplomáticos de paz. Sua morte foi confirmada pela família, mas a causa não foi imediatamente divulgada.
“Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta”, declarou seu filho, Chip Carter, em um comunicado oficial.
Uma trajetória política marcante
Jimmy Carter nasceu em 1º de outubro de 1924 em Plains, uma pequena cidade rural da Geórgia. Após servir na Marinha e gerenciar os negócios da família, ingressou na política como senador estadual, em 1962, e posteriormente como governador da Geórgia, em 1970.
Carter assumiu a presidência dos EUA em 1977, enfrentando desafios como uma grave crise econômica, o embargo do petróleo e o sequestro de 52 americanos na embaixada em Teerã, no Irã. Apesar das dificuldades internas, foi amplamente elogiado por iniciativas internacionais, como a mediação dos Acordos de Camp David, que resultaram na histórica paz entre Israel e Egito.
Sua gestão, no entanto, foi marcada pelo fracasso na resolução da crise dos reféns no Irã e pela instabilidade econômica, fatores que culminaram na sua derrota para Ronald Reagan na tentativa de reeleição, em 1980.
Um ícone dos direitos humanos
Após deixar a Casa Branca, Carter se tornou um símbolo global na luta pelos direitos humanos e pela democracia. Em 1982, fundou o Centro Carter, uma organização dedicada à mediação de conflitos e à promoção de soluções pacíficas em disputas internacionais.
Por seus esforços, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002. Sua contribuição foi reconhecida por décadas de dedicação às causas humanitárias, incluindo missões em países como Haiti, Coreia do Norte e nações africanas.
Uma vida de fé e legado duradouro
Carter era profundamente religioso e ativo em sua comunidade local. Até os últimos anos de sua vida, ensinava na escola dominical e participava de ações humanitárias, como a construção de casas para famílias necessitadas.
Sua vida pessoal também foi marcada por uma longa parceria com sua esposa, Rosalynn Carter, com quem esteve casado por 77 anos até sua morte, em novembro de 2023, aos 96 anos.
Homenagens póstumas
O ex-presidente estava sob cuidados paliativos desde fevereiro de 2023. A Fundação Carter informou que haverá cerimônias em Atlanta, Washington e Plains, mas os detalhes do funeral ainda não foram divulgados.
Jimmy Carter foi o presidente mais longevo da história dos EUA e deixa um legado de coragem, diplomacia e fé, que continuará inspirando gerações. “Tive uma vida maravilhosa”, declarou ele em 2015. “Uma existência emocionante, aventureira e gratificante.”