O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizará entre os dias 10 e 13 de outubro de 2024 a primeira visita de Estado de um líder americano à Alemanha em 40 anos. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (3) pela Presidência da República Federal da Alemanha. A última vez que um presidente dos EUA foi recebido com as mais altas honras protocolares no país foi em 1985, quando Ronald Reagan visitou Bonn, então capital da Alemanha Ocidental.
A visita histórica de Biden marca um momento simbólico nas relações entre os dois países, destacando a parceria estratégica e a aliança transatlântica em um contexto de desafios globais. De acordo com o comunicado alemão, o presidente Biden será recebido pelo presidente Frank-Walter Steinmeier no Palácio Bellevue, em Berlim, onde será homenageado com honras militares e participará de um banquete oficial. Durante a cerimônia, Biden será condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha, a maior honraria oferecida a um presidente dos EUA desde George H. W. Bush.
Fortalecimento da aliança germano-americana
A presidência alemã destacou que a homenagem a Biden reflete “o serviço prestado à amizade germano-americana e à aliança transatlântica”, ressaltando seu papel fundamental na relação entre os países ao longo de cinco décadas. Biden tem sido um defensor da parceria entre os EUA e a Europa, especialmente diante dos desafios recentes, como a agressão russa contra a Ucrânia. Sua atuação foi crucial para reforçar a aliança ocidental em um período de grande instabilidade geopolítica.
Além do encontro com Steinmeier, Biden se reunirá com o chanceler alemão, Olaf Scholz, para discutir questões de interesse mútuo, como segurança global, comércio e as tensões com a China e a Rússia. No dia 12 de outubro, os dois líderes viajarão para o estado de Renânia-Palatinado, no sudoeste da Alemanha, onde visitarão a base militar americana em Ramstein, que tem desempenhado um papel estratégico no apoio à Ucrânia desde o início da invasão russa.
Críticas à China e medidas econômicas
Enquanto se prepara para sua viagem à Alemanha, Biden também intensificou as críticas à China. Em um discurso no Jardim das Rosas da Casa Branca, em 14 de maio de 2024, ele acusou Pequim de práticas comerciais desleais, afirmando que o país “está trapaceando” em vez de competir. O governo dos EUA anunciou um aumento significativo nas tarifas sobre importações chinesas, incluindo veículos elétricos e semicondutores, em uma tentativa de proteger trabalhadores e empresas americanas das políticas econômicas agressivas da China.
A visita de Biden à Alemanha ocorre em um momento crucial para reafirmar os laços entre os aliados ocidentais e coordenar respostas aos desafios econômicos e de segurança globais. A presença de Biden em solo alemão, após quatro décadas sem uma visita de Estado de um presidente americano, simboliza a continuidade e o fortalecimento das relações entre os dois países diante de um cenário internacional cada vez mais complexo.