A empresa russa de antivírus irá gradualmente encerrar suas atividades no território americano. A Kaspersky não poderá mais vender seus produtos, obrigando os clientes a mudarem de software.
A Kaspersky, companhia de cibersegurança, comunicou que encerrará suas operações nos Estados Unidos. Esta decisão é resultado da proibição imposta pelo governo americano, que impede a comercialização dos seus produtos. Em decorrência disso, a Kaspersky demitirá cerca de 50 funcionários.
A proibição foi anunciada em 21 de junho e aprovada em 27 de junho. Após a aprovação, a Kaspersky teve um prazo de 30 dias para continuar vendendo seus serviços, dos quais restam apenas 11 dias.
O período de “carência” para vendas após a decisão governamental não parece fazer muito sentido, já que a partir de 29 de setembro a proibição entrará em vigor oficialmente. As empresas clientes da Kaspersky serão proibidas de utilizar os produtos e serviços da companhia. Quem usa alguma solução da Kaspersky precisará trocar de fornecedor até essa data, pois atualizações dos serviços também serão proibidas.
Empresa desiste de ação judicial contra proibição
Ao anunciar o encerramento gradual das suas operações nos Estados Unidos, a Kaspersky desistiu de recorrer à Justiça contra a proibição. Inicialmente, a empresa de cibersegurança havia informado que buscaria medidas legais para reverter a decisão.
Em nota ao site Zero Day, a Kaspersky informou que menos de 50 empregados serão afetados pela decisão de encerrar as operações nos Estados Unidos. Segundo o mesmo site, alguns clientes corporativos criticaram a proibição, alegando prejuízos para suas atividades.
Kaspersky nega acusações de influência do governo russo
A razão para o Departamento de Comércio dos Estados Unidos banir a Kaspersky são supostas ligações da empresa com o governo russo, acusações que a companhia nega. Gina Rimando, secretária do órgão, afirma que o Kremlin influencia as operações da Kaspersky, mas não apresentou evidências concretas para apoiar a alegação.
Antes da proibição, o uso de produtos da Kaspersky em computadores do governo já havia sido vetado pelos Estados Unidos, de forma semelhante ao que foi feito com drones chineses usados pelas polícias.
Com as tensões crescentes entre Estados Unidos e Rússia, sanções são impostas por ambos os lados. Sendo a Kaspersky uma das principais empresas de antivírus no mercado, os EUA alegam que o software da companhia pode ser usado para espionagem. Antivírus têm amplo acesso às informações dos computadores em que estão instalados, o que pode representar um risco de espionagem, embora ainda não existam provas concretas contra a Kaspersky.