Líder Supremo do Irã Diz que Israel “Não Vai Durar Muito” e Convoca Muçulmanos à Luta

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, declarou nesta sexta-feira (5) que Israel “não vai durar muito” e convocou todos os muçulmanos a lutar contra o país. Khamenei fez essa declaração durante um raro discurso nas orações semanais em Teerã, a primeira vez em cinco anos que ele comandou a cerimônia. Em seu discurso, o líder supremo defendeu o recente ataque com mísseis do Irã contra Israel e a invasão do Hamas ao sul do país, ocorrida um ano atrás, quando mais de 1.200 pessoas foram mortas, marcando o início da guerra na Faixa de Gaza.

Khamenei classificou esses ataques como “atos legítimos” e afirmou que a resistência contra Israel continuará, mesmo após a morte de líderes importantes, como Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah, morto por Israel em um bombardeio ao Líbano no último fim de semana. “A resistência da região não vai recuar inclusive com a morte de nossos líderes”, declarou o aiatolá, homenageando Nasrallah durante o sermão.

Reação do Líbano

Três dias após as forças israelenses invadirem o território libanês, o Exército do Líbano respondeu pela primeira vez à ofensiva nesta quinta-feira (3), disparando contra soldados israelenses após o ataque a um posto militar. Um soldado libanês foi morto no confronto, marcando uma nova escalada no conflito que, até então, envolvia principalmente membros do Hezbollah. O Exército do Líbano, fragilizado por crises econômicas e falta de recursos, enfrenta dificuldades para reagir com força ao Exército israelense, que possui maior poder militar.

Desde o início dos bombardeios israelenses, em 20 de setembro, já foram registradas 1.974 mortes no Líbano, incluindo 127 crianças, conforme relatado pelo Ministério da Saúde libanês. A situação no país tem provocado uma grave crise humanitária, com milhares de pessoas desabrigadas e uma infraestrutura severamente danificada.

Escalada no Oriente Médio

O conflito entre Israel e o Hezbollah, grupo extremista financiado pelo Irã, tem se intensificado desde o assassinato de Nasrallah e a crescente intervenção militar israelense no Líbano. O governo israelense afirma que seus ataques são direcionados apenas a posições do Hezbollah, mas o impacto em civis e na infraestrutura libanesa tem sido imenso. O Líbano já pediu ajuda humanitária urgente à ONU, solicitando um aporte financeiro de US$ 426 milhões e pressionando pela implementação de um cessar-fogo.

Em resposta, o representante de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que o país enfrenta ataques diretos à sua existência, enquanto o Líbano e outras nações continuam a condenar as ações militares israelenses e os danos causados à população civil.

A situação permanece tensa, com líderes regionais e internacionais buscando soluções diplomáticas para evitar uma escalada ainda maior no conflito.

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