O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou nesta segunda-feira (23) que mais de mil soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos enquanto lutavam ao lado das forças russas na guerra contra a Ucrânia. A informação surge após relatos de que, desde o início dos combates em novembro, as tropas norte-coreanas têm enfrentado severas perdas no campo de batalha.
Apoio Militar de Pyongyang à Rússia
Além do envio de soldados, a Coreia do Norte estaria fornecendo equipamentos militares à Rússia, incluindo drones autodestrutivos, lançadores de foguetes e peças de artilharia, segundo o relatório sul-coreano. Este movimento faz parte de uma parceria militar cada vez mais estreita entre Pyongyang e Moscou, que se intensificou desde o início da invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022.
Relatórios do Pentágono também indicaram que, na região de Kursk, onde forças russas e norte-coreanas estão concentradas, houve centenas de baixas apenas nas últimas semanas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estimou em mais de 3 mil o número de mortos e feridos na região, incluindo soldados russos e norte-coreanos.
“Unidades Descartáveis”
De acordo com o parlamentar sul-coreano Lee Seong-kweun, o alto número de baixas entre os soldados norte-coreanos pode ser atribuído ao uso dessas tropas como “unidades descartáveis” nas linhas de frente. Fatores como o ambiente de combate desconhecido e a vulnerabilidade a ataques de drones também são apontados como agravantes.
Apesar das perdas, analistas sugerem que Pyongyang busca utilizar a experiência adquirida na Ucrânia para modernizar suas capacidades militares. A aliança com a Rússia pode incluir benefícios recíprocos, como o acesso a tecnologia avançada e a modernização do armamento convencional norte-coreano.
Reação Internacional
A presença de soldados norte-coreanos na guerra tem gerado preocupação global. O governo sul-coreano alertou que o envolvimento do Norte na Ucrânia pode aumentar a ameaça militar contra o Sul. Em resposta, Seul e Kiev anunciaram planos para aprofundar a cooperação em segurança, embora o governo sul-coreano ainda não tenha confirmado o envio de armas à Ucrânia.
Por outro lado, o Pentágono relatou que cerca de 10 mil soldados norte-coreanos já foram deslocados para a região de Kursk, onde estão integrados a uma força combinada de 50 mil combatentes. A Rússia tem se beneficiado dessa aliança, em meio a esforços para repelir as forças ucranianas.
Escalada Militar e Repercussões
A aliança entre Pyongyang e Moscou representa uma nova dinâmica na guerra, aumentando os riscos de escalada militar. Enquanto isso, o Exército norte-coreano também intensifica medidas de segurança domésticas, como a construção de uma nova cerca de 40 quilômetros ao longo da fronteira com a Coreia do Sul, na tentativa de prevenir deserções.
O fortalecimento dos laços militares entre Rússia e Coreia do Norte segue sendo monitorado de perto por Seul, Washington e outras potências globais, à medida que as tensões na península coreana e no leste europeu continuam a crescer.