31 de outubro de 2024 — O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira (31) que impedir o Irã de adquirir armas nucleares é a “máxima prioridade” de seu governo. Em discurso para novos oficiais das Forças Armadas israelenses, Netanyahu ressaltou que Israel possui, “mais do que nunca, liberdade para agir” e garantiu que o país tem capacidade para alcançar “qualquer lugar no Irã conforme necessário”.
A declaração de Netanyahu ocorre em meio a uma escalada de tensões na região, marcada por recentes ataques aéreos israelenses contra o Irã. No sábado (26), forças israelenses realizaram três ondas de ataques aéreos direcionados a estruturas militares iranianas, incluindo uma fábrica de mísseis. As explosões foram ouvidas na capital, Teerã, e, segundo as Forças de Defesa de Israel, os ataques foram “precisos e direcionados”.
A resposta do Irã não tardou. O embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid, disse na segunda-feira (28) que seu país responderá “no momento que escolher”. Saeid também acusou os Estados Unidos de cumplicidade nos ataques israelenses, afirmando que Washington “arcará com as consequências”. Segundo o diplomata iraniano, o governo norte-americano “justifica as violações e atrocidades de Israel, chamando-as de autodefesa”.
Em resposta, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, alertou que o Irã enfrentará “graves consequências” caso ataque Israel. A diplomata assegurou que os Estados Unidos não hesitarão em agir em legítima defesa se a situação escalar. Washington, no entanto, negou envolvimento direto nos recentes bombardeios israelenses, classificando-os como um “exercício de autodefesa” por parte de Israel.
A tensão entre os dois países preocupa a comunidade internacional, que pede moderação e o fim da troca de hostilidades. O governo iraniano, por sua vez, minimizou os danos causados pelos ataques israelenses, afirmando que as operações resultaram em “danos limitados”, enquanto prometeu usar todas as ferramentas à disposição para responder à ofensiva de Israel.
O impasse entre Israel e Irã, tendo os Estados Unidos como aliado de Israel, representa um desafio à estabilidade no Oriente Médio, e os próximos passos da comunidade internacional serão cruciais para evitar uma escalada que possa ter repercussões globais.