Na quarta-feira (26), a revista The Atlantic publicou uma nova leva de mensagens de texto obtidas de um grupo de bate-papo no aplicativo Signal, revelando detalhes de planos militares confidenciais dos Estados Unidos, em especial sobre um ataque aos Houthis no Iémen. As mensagens, enviadas por altos funcionários do governo de Donald Trump, expõem uma violação significativa de segurança operacional, contradizendo as alegações do governo de que nenhuma informação confidencial havia sido divulgada.
As novas revelações refutam as declarações do Secretário de Defesa Pete Hegseth e de outros membros do governo Trump, que insistiram que os planos de guerra não haviam sido discutidos em grupos privados. A publicação de The Atlantic destaca que, antes da operação, informações detalhadas sobre o ataque foram compartilhadas no grupo, incluindo horários exatos e movimentos de aeronaves.
Em uma das mensagens publicadas, Hegseth detalha as etapas do ataque, incluindo os horários dos lançamentos de F-18s e drones de ataque, assim como os momentos exatos em que as bombas deveriam cair. “O clima está FAVORÁVEL. Acabamos de CONFIRMAR com o CENTCOM que estamos prontos para o lançamento da missão”, escreveu Hegseth. Ele continuou a fornecer detalhes operacionais, como o cronograma para os ataques aéreos e de mísseis Tomahawk, que estavam programados para ocorrer poucas horas depois das mensagens serem enviadas.
Revelações e Implicações
A divulgação desses detalhes operacionais revelou informações extremamente sensíveis sobre o ataque aos Houthis, incluindo o momento exato em que os F-18s decolaram e quando os mísseis foram lançados. O The Atlantic aponta que, se essas informações tivessem caído nas mãos erradas, especialmente no período de duas horas antes do início do bombardeio, os pilotos e outros envolvidos na operação poderiam ter ficado ainda mais vulneráveis a ataques inimigos.
O conselheiro de segurança nacional Mike Waltz também foi citado nas mensagens, confirmando o sucesso do ataque, após a destruição de um prédio no qual os Houthis estavam localizados. Mais tarde, Hegseth compartilhou com o grupo de bate-papo que mais ataques estavam sendo planejados, evidenciando a continuidade da operação.
Essas mensagens foram divulgadas duas horas antes da execução da missão, o que aumentou ainda mais a preocupação com a segurança das forças militares dos EUA, que poderiam ter sido expostas a riscos consideráveis devido à divulgação prematura dos detalhes operacionais.
Reações Oficiais
Após a publicação de The Atlantic, a Casa Branca reagiu imediatamente, tentando desacreditar as reportagens de Jeffrey Goldberg e Shane Harris. No entanto, o Conselho de Segurança Nacional confirmou a autenticidade das mensagens, contradizendo as tentativas do governo de minimizar a gravidade da situação.
O incidente levanta questões sérias sobre a segurança da informação dentro do governo dos EUA, especialmente em tempos de conflito militar. As mensagens reveladas mostram que a comunicação entre altos funcionários de segurança nacional não apenas envolvia discussões detalhadas sobre operações militares, mas também envolvia o risco de vazamento de informações sensíveis, colocando em perigo tanto os soldados americanos quanto a integridade da operação.
Enquanto o governo tenta contornar o impacto dessa divulgação, a situação expõe uma falha potencialmente grave no controle de informações confidenciais, colocando em xeque a confiança pública no manuseio de dados sensíveis por parte da administração Trump.