Nesta sexta-feira (3), o Congresso dos Estados Unidos iniciou sua nova legislatura com a posse dos parlamentares eleitos em novembro. O Partido Republicano, que já tinha maioria na Câmara dos Deputados, agora também controla o Senado, consolidando uma vantagem legislativa significativa para o presidente eleito Donald Trump. Contudo, a estreia da nova composição do Congresso é marcada por tensões internas no partido.

Disputa pela liderança na Câmara

Um dos principais focos do impasse é a liderança da Câmara dos Deputados. O atual líder republicano, Mike Johnson, preferido de Trump, enfrenta resistência da ala tradicional do partido, que vê sua liderança como excessivamente alinhada com o ex-presidente e suas políticas polarizadoras.

Johnson será submetido a uma votação interna para decidir se permanece como líder da bancada republicana. O resultado dessa votação poderá ter grandes implicações para os primeiros dias do novo mandato de Trump, que começa em 20 de janeiro.

“A vitória de Mike hoje será uma grande vitória para o Partido Republicano”, escreveu Trump em suas redes sociais, reforçando seu apoio ao congressista da Louisiana.

Reações e tensões no partido

Johnson minimizou a importância do embate, afirmando que o foco do partido deve ser a implementação da agenda “América Primeiro” prometida por Trump durante a campanha. “Não temos tempo para drama”, declarou ao chegar ao Capitólio.

Apesar do otimismo de Johnson, o cenário é incerto. Poucos parlamentares republicanos manifestaram abertamente apoio a ele, evidenciando o clima de divisão interna.

O racha foi agravado pela desistência de Matt Gaetz, aliado de Johnson e defensor ferrenho de Trump, de tomar posse na nova legislatura. Gaetz renunciou após a divulgação de um relatório da Comissão de Ética da Câmara que o implicou em escândalos envolvendo pagamento por drogas, sexo e relações com uma menor de idade.

Impacto no governo Trump

Caso Johnson vença a disputa interna, o presidente eleito poderá contar com maior facilidade para aprovar suas principais propostas legislativas, incluindo cortes de impostos e medidas mais duras contra imigração ilegal. No entanto, se os republicanos tradicionais prevalecerem, Trump pode enfrentar obstáculos dentro de seu próprio partido.

A disputa pela liderança na Câmara é vista como um termômetro do futuro relacionamento entre Trump e o Congresso, além de sinalizar o nível de influência que o ex-presidente continuará a exercer sobre os republicanos.

Com a posse do novo Congresso, os próximos dias prometem intensos debates e movimentações políticas que podem moldar os rumos do governo Trump e da agenda republicana nos Estados Unidos.