As autoridades de imigração dos Estados Unidos, em parceria com a polícia estadual da Flórida, deram início a uma operação de grande escala voltada à detenção de imigrantes indocumentados. A ação, denominada “Operação Marea Negra”, começou na segunda-feira, 21 de abril, e está prevista para seguir até o sábado, dia 26. Segundo informações divulgadas pelo jornal Miami Herald e pela Agência EFE, o objetivo da operação é capturar aproximadamente 800 pessoas em situação migratória irregular.
Sob coordenação do Departamento de Segurança Nacional (DHS), a operação está sendo executada em diversas regiões do estado, incluindo os condados de Miami-Dade e Broward, além das cidades de Tampa, Orlando, Jacksonville, Stuart, Tallahassee e Fort Myers. Os documentos citados pela imprensa indicam que o foco são imigrantes com antecedentes criminais ou com ordens de deportação já emitidas, embora não tenham sido especificados os critérios utilizados para a seleção dos alvos.
Até a quinta-feira, 24, ainda não havia números oficiais sobre o total de detenções efetuadas no âmbito da operação. A ausência de dados atualizados tem gerado apreensão entre comunidades imigrantes e organizações de direitos civis.
A operação ocorre em um contexto de endurecimento das políticas migratórias no estado da Flórida, que tem sido um dos principais aliados do governo federal na aplicação de medidas de deportação. Em fevereiro deste ano, o governador Ron DeSantis sancionou duas leis que reforçam o controle sobre imigrantes em situação irregular, ampliando penas por crimes cometidos por esses indivíduos e autorizando a polícia a questionar o status migratório de residentes. As medidas também impactam o controverso programa estadual de transporte de migrantes, alvo de críticas por seu possível efeito discriminatório.
Além disso, cerca de 230 agências de segurança pública no estado firmaram acordos 287(g) com o governo federal desde o início do segundo mandato do presidente Donald Trump, sendo que mais de 130 desses acordos ainda estão em vigor. Esses acordos permitem a cooperação direta entre autoridades locais e agentes de imigração, intensificando a capacidade de detenção e deportação no nível estadual.
Organizações de direitos humanos e lideranças comunitárias acompanham com atenção o desenrolar da operação e alertam para possíveis violações de direitos e impactos sociais nas comunidades afetadas.