Os Estados Unidos geraram 114 mil vagas em julho, conforme o relatório de emprego (payroll) divulgado nesta sexta-feira (02) pelo Departamento do Trabalho.
Os números do payroll deste mês mostraram uma desaceleração em comparação com junho, quando a economia norte-americana adicionou 206 mil empregos.
Além disso, o resultado ficou aquém das expectativas do mercado, que previa a criação de 175 mil vagas.
A taxa de desemprego, por outro lado, subiu de 4,1% para 4,3% nos EUA. O número de desempregados aumentou em 352 mil, totalizando 7,2 milhões.
Tanto a taxa de participação da força de trabalho, que foi de 62,7%, quanto a métrica emprego-população, que ficou em 60%, permaneceram próximas aos números do mês anterior.
Em termos de rendimentos, os ganhos médios por hora dos trabalhadores americanos, de US$ 35,07, subiram 0,2% em comparação mensal e tiveram um aumento de 3,6% em relação a julho de 2023.
Outros Indicadores de Emprego
As demais leituras de emprego nos Estados Unidos, divulgadas recentemente, também ficaram abaixo das expectativas do mercado.
O relatório Jolts de junho indicou a criação de 8,18 milhões de empregos, abaixo da previsão de 8 milhões e dos 8,23 milhões registrados em maio.
O relatório ADP, por sua vez, apontou para 122 mil vagas no mês passado, abaixo das 150 mil esperadas e das 155 mil registradas em junho.
Juros nos EUA
Os dados do mercado de trabalho são observados atentamente pelo Federal Reserve, que tem o duplo mandato de manter a inflação dentro da meta e assegurar o máximo nível de emprego no país.
O resultado abaixo das expectativas reforça as apostas de um corte de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), em setembro.
De acordo com a ferramenta de monitoramento CME FedWatch, 70,5% dos analistas apostam em um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, seguido de outros dois cortes em novembro (68,3%) e dezembro (62,6%).
O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou, em coletiva após a decisão do FOMC desta semana, que os EUA estão “se aproximando do ponto em que será apropriado cortar os juros”. No entanto, os dados econômicos ainda não fornecem confiança suficiente de que o país já atingiu esse ponto.
Mesmo assim, Powell não descartou o início da flexibilização da política monetária em setembro. Segundo ele, um primeiro corte será considerado se a inflação cair rapidamente ou em linha com as expectativas, o crescimento continuar robusto e o mercado de trabalho permanecer consistente.
O presidente, no entanto, não quis fornecer uma orientação específica sobre quando o Fed começará a cortar os juros, nem sobre o ritmo do ciclo. “Não tomamos nenhuma decisão sobre as reuniões futuras. Isso inclui setembro”, declarou.