PIB dos EUA cresce 2,8% no terceiro trimestre de 2024, em linha com as expectativas do mercado

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou um crescimento anualizado de 2,8% no terceiro trimestre de 2024, conforme divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Departamento de Comércio. O avanço está em linha com as projeções de analistas, que esperavam uma expansão de 2,8%, segundo estimativas da Reuters.

O crescimento econômico foi impulsionado principalmente pelos gastos do consumidor, embora tenha havido uma ligeira desaceleração em relação à primeira prévia, que apontava um aumento de 3,7% no consumo das famílias. No terceiro trimestre, esse indicador recuou para 3,5% (equivalente a 2,9% em termos anuais). Os investimentos privados mostraram um desempenho positivo, com uma aceleração de 1,4% para 1,7%, enquanto as exportações e importações também apresentaram ajustes, com quedas menores do que na primeira estimativa.

Detalhamento do crescimento e da inflação

Em termos de setores, o crescimento foi favorecido pelos gastos do governo, que permaneceram em 5,0%, com uma expansão anual de 3,3%. As exportações, por outro lado, sofreram uma redução ligeiramente menor, de 8,9% para 7,5%, refletindo uma desaceleração no comércio internacional. Já as importações diminuíram 10,2%, um ajuste frente à queda de 11,2% registrada anteriormente.

Em relação à inflação, o índice de preços de consumo pessoal (PCE) registrou um avanço de 1,5% no terceiro trimestre, acumulando uma variação de 2,1% nos últimos 12 meses. Já o núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, subiu 2,1%, uma leve revisão para baixo em relação à primeira prévia de 2,2%. Este índice de inflação no núcleo está no menor nível desde o segundo trimestre de 2021, sinalizando um arrefecimento da pressão inflacionária.

Perspectivas para a economia americana

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, destacou que, embora o crescimento tenha sido consistente com a estimativa inicial, a composição da demanda agregada apresentou sinais mais favoráveis. O consumo das famílias e os investimentos estão mais equilibrados, o que sugere uma desaceleração mais suave e controlada da economia.

Além disso, a revisão para baixo da inflação contribui para um cenário mais construtivo, reforçando a visão de que a economia dos EUA pode estar em um processo de desaceleração gradual, sem grandes choques. “Acredito que os dados são consistentes com um novo corte de juros de 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 18 de dezembro”, afirmou Borsoi, indicando que o Banco Central dos EUA pode adotar uma postura mais flexível na sua política monetária nos próximos meses.

Implicações para o mercado

O desempenho robusto da economia americana no terceiro trimestre, aliado à desaceleração da inflação, oferece um cenário de estabilidade para os mercados financeiros. A expectativa de uma possível redução nos juros pelo Federal Reserve (Fed) também pode ter um impacto positivo nos mercados de ações e nas taxas de juros futuras, contribuindo para um ambiente econômico mais favorável.

Embora o crescimento tenha sido moderado em alguns setores, o fato de a economia continuar se expandindo de maneira equilibrada, com um controle maior da inflação, sugere que os EUA podem evitar uma recessão mais profunda, ao mesmo tempo em que promovem um ambiente de crescimento sustentável a médio prazo.

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