A Polícia Federal indiciou os senadores Eduardo Braga (AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A informação foi divulgada nesta sexta-feira pelo portal UOL.

As investigações apontam que os senadores teriam recebido aproximadamente R$ 20 milhões em propinas para facilitar a aprovação de pautas favoráveis ao grupo Hypermarcas, atualmente conhecido como Hypera Pharma. O pagamento teria sido intermediado pelo empresário Milton Lyra, identificado como lobista do MDB.

O caso, que já tramita há seis anos, teve seu relatório final enviado sob sigilo ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado. O relator, ministro Edson Fachin, encaminhou os documentos à Procuradoria-Geral da República, que está analisando se apresentará denúncia contra os indiciados.

Atualmente, Eduardo Braga ocupa o cargo de relator da reforma tributária no Senado, enquanto Renan Calheiros é pai de Renan Filho, ministro dos Transportes no governo Lula. A Hypera Pharma, por sua vez, informou que concluiu investigações internas sobre irregularidades ocorridas entre 2013 e 2015 e celebrou um acordo de leniência em 2022.

A revelação das acusações levanta questões sobre a ética e a transparência no cenário político brasileiro, em meio a um crescente debate sobre corrupção e accountability.