Durante um evento para angariação de fundos em Washington, D.C., o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez uma declaração controversa ao rotular a China, Rússia, Índia e Japão de países “xenofóbicos”. Esta afirmação veio apenas algumas semanas após Biden elogiar a aliança entre os EUA e o Japão, causando surpresa e debate sobre a diplomacia entre os aliados.
Biden argumentou que esses países poderiam ter um desempenho econômico melhor se “abraçassem mais” a imigração, enfatizando que os imigrantes são uma fonte de força e contribuição para a sociedade. Essa posição levanta questões sobre a política de imigração e as relações diplomáticas dos Estados Unidos com seus parceiros internacionais.
Embora Biden tenha buscado fortalecer laços com aliados asiáticos como o Japão e a Índia desde que assumiu a presidência, suas declarações recentes podem ter impactos negativos nas relações bilaterais. A visita do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, à Casa Branca em abril foi marcada por elogios mútuos e a celebração de uma “aliança indestrutível”, o que contrasta com as críticas posteriores de Biden à política de imigração do Japão.
A fala de Biden recebeu críticas de especialistas, que a consideram pouco diplomática e desnecessária, especialmente considerando os próprios desafios dos Estados Unidos com questões de xenofobia e imigração. A posição do Japão sobre imigração tem sido historicamente mais restritiva, embora nos últimos anos tenha havido mudanças para atrair trabalhadores estrangeiros devido ao declínio populacional.
O Japão enfrenta uma baixa taxa de natalidade e uma população em declínio, o que levanta preocupações sobre seu futuro econômico e social. Para manter o crescimento econômico, o país precisará considerar políticas mais abertas à imigração, embora isso possa ser um desafio em uma sociedade tradicionalmente homogênea.
Da mesma forma, a Índia está enfrentando desafios relacionados à sua crescente população e à política de imigração, especialmente após a promulgação de uma nova lei de cidadania que gerou controvérsias sobre a exclusão de muçulmanos.
Enquanto isso, a Casa Branca tentou mitigar possíveis tensões, enfatizando que as observações de Biden foram parte de um panorama mais amplo sobre a política de imigração dos Estados Unidos e que os aliados e parceiros são valorizados em questões de cooperação e segurança.
Embora a posição de Biden possa refletir preocupações legítimas sobre políticas de imigração em países aliados, suas declarações destacam a complexidade das relações internacionais e a sensibilidade diplomática necessária ao lidar com questões controversas como essa.
Fonte: Exame