Queda na demanda por viagens pode gerar perdas bilionárias à economia dos EUA, apontam bancos

A economia dos Estados Unidos pode sofrer um impacto significativo em 2025 com a queda na demanda por viagens internacionais, segundo projeções recentes do Goldman Sachs e do J.P. Morgan. As instituições financeiras estimam que a redução dos gastos com turismo internacional pode tirar 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano, com impacto potencial de até 0,3%, o que representaria uma perda de até US$ 71 bilhões, com base nos dados do primeiro trimestre, quando o PIB foi de US$ 23,53 trilhões, segundo a LSEG.

O enfraquecimento do setor tem sido sinalizado por previsões de lucro abaixo do esperado de diversas empresas ligadas à indústria de viagens. A Delta Air Lines, por exemplo, afirmou que a demanda está “em grande parte estagnada”, retirando suas previsões para o ano. Outras companhias aéreas, como Southwest, American Airlines, Alaska Air e Frontier, também suspenderam suas orientações. Já a United Airlines apresentou duas projeções distintas, evidenciando a incerteza enfrentada pelo setor.

Além das companhias aéreas, a plataforma de aluguel de imóveis Airbnb e a rede de hotéis Hilton também relataram expectativas mais fracas para os próximos trimestres. A Hilton afirmou que os consumidores estão em “modo de espera”, adiando planos de viagem.

Analistas sugerem que políticas comerciais do governo do ex-presidente Donald Trump, como tarifas sobre produtos estrangeiros e uma postura mais agressiva em relação a aliados históricos, têm contribuído para um sentimento antiamericano. Esse fator estaria afetando negativamente o turismo internacional, considerado uma importante forma de exportação de serviços. O J.P. Morgan destacou que o boicote a produtos e marcas americanas também está em alta entre consumidores globais.

Em 2024, os gastos de turistas estrangeiros nos EUA somaram cerca de US$ 215 bilhões, o equivalente a 0,7% do PIB, segundo o J.P. Morgan. Uma retração de 10% nesses gastos resultaria em uma queda direta de 0,07 ponto percentual no PIB.

O cenário atual levanta preocupações entre analistas, que apontam a guerra comercial como o principal fator de incerteza para o setor de viagens desde a pandemia da Covid-19.

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