Presidente brasileiro reforça a importância de equilibrar relações com as duas potências mundiais e destaca papel estratégico do Brasil no cenário internacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou, nesta quarta-feira (14/8), a intenção de fortalecer as relações do Brasil tanto com os Estados Unidos quanto com a China. Durante sua participação no evento Diálogos Capitais, realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lula destacou que o Brasil busca se posicionar como uma economia mais forte, mantendo boas relações com ambas as potências mundiais.
“Queremos ser uma economia mais forte, não pense que quando falo da China quero brigar com os Estados Unidos. Quero os Estados Unidos do nosso lado tanto quanto quero a China. Quero saber onde entramos, com quem eu vou dançar”, afirmou o presidente, sublinhando a importância de uma diplomacia equilibrada.
Lula também comentou sobre a crescente influência da China no cenário global, destacando que o país asiático “virou um problema, não para nós, mas para os países capitalistas que exploravam a mão de obra quase escrava”. Ele elogiou a forma como a China soube aproveitar as oportunidades, tornando-se uma potência econômica “invejável”.
Reunião com Xi Jinping e o Papel do Mercosul
O presidente brasileiro revelou ainda que, após a cúpula do G20, que será realizada em novembro no Rio de Janeiro, ele pretende receber o presidente chinês Xi Jinping em Brasília. Essa reunião bilateral será uma oportunidade para discutir uma parceria estratégica de longo prazo entre Brasil e China.
Além das relações com as grandes potências, Lula abordou o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), que está em processo de ratificação. Segundo o presidente, o Mercosul está pronto para firmar o acordo, e agora a decisão depende da União Europeia. “Estamos prontos para firmar o acordo Mercosul e União Europeia, depende da União Europeia. Já decidimos o que queremos, eles que se virem. […] Nós, do Mercosul, estamos dispostos a assinar, agora depende deles”, afirmou Lula.
O presidente expressou sua admiração pela União Europeia, descrevendo o bloco como “uma construção, um patrimônio democrático da humanidade”, destacando a importância de cooperação entre blocos econômicos para o desenvolvimento global.
As declarações de Lula reforçam o compromisso do Brasil com uma diplomacia multilateral e equilibrada, buscando fortalecer a economia nacional através de parcerias estratégicas com diferentes atores globais. A postura do presidente indica um Brasil disposto a atuar como um mediador entre as principais potências, preservando seus próprios interesses enquanto constrói pontes com diferentes nações.