Rússia Acusa Macron de ‘Chantagem Nuclear’ e Considera Discurso Ameaçador

A tensão diplomática entre Rússia e França aumentou significativamente após as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou considerar colocar o arsenal nuclear francês à disposição de aliados europeus frente à suposta ameaça russa. O Kremlin reagiu duramente, acusando Macron de fazer “chantagem nuclear” e qualificando seu discurso como “altamente combativo”.

Críticas Russas

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia expressou forte oposição às palavras de Macron, afirmando que a iniciativa francesa de se tornar o “patrono” nuclear da Europa não fortaleceria a segurança da região.

“Foi claramente perceptível um tom de chantagem nuclear no discurso de Macron. As ambições de Paris de se tornar o ‘patrono’ nuclear de toda a Europa vieram à tona, oferecendo seu próprio ‘guarda-chuva nuclear’, quase como um substituto para o americano. Isso não levará ao fortalecimento da segurança nem da própria França nem de seus aliados”, afirmou a chancelaria russa.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, afirmou que a retórica nuclear de Macron representa uma ameaça direta à Rússia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, descreveu o discurso do presidente francês como um incentivo à continuidade da guerra na Ucrânia.

“O discurso de Macron é realmente extremamente combativo. Dificilmente pode ser visto como um discurso de um chefe de Estado que está pensando na paz. Pelo contrário, do que foi dito, pode-se concluir que a França está mais focada na guerra, na continuação da guerra”, declarou Peskov.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também criticou duramente Macron, chamando-o de “charlatão” e afirmando que ele está “desconectado da realidade”.

Respostas Francesas e o Contexto Europeu

Em seu pronunciamento à nação na quarta-feira (6), Macron afirmou que a Rússia representa uma ameaça à Europa e defendeu a unidade continental na defesa da Ucrânia. Ele sugeriu que a França poderia colocar seu arsenal nuclear à disposição de aliados europeus como um meio de dissuasão contra eventuais avanços russos.

Macron também criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por seu alinhamento a Moscou e por disputas comerciais com aliados ocidentais. O líder francês destacou que a Rússia continua seu rearmamento e que, até 2030, planeja aumentar significativamente seu exército, o que, segundo ele, justifica uma maior cooperação em defesa dentro da Europa.

O presidente francês também anunciou que planeja realizar uma reunião com chefes das Forças Armadas de países europeus interessados em enviar tropas à Ucrânia após um eventual acordo de paz com a Rússia.

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