Nesta quarta-feira (11), o governo russo emitiu um alerta para que seus cidadãos evitem viajar aos Estados Unidos, Canadá e União Europeia, sob a justificativa de que podem ser “caçados” por autoridades norte-americanas. A recomendação foi anunciada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, que também declarou que as relações entre Moscou e Washington estão “à beira da ruptura”.

“No contexto do crescente confronto nas relações russo-americanas, que estão à beira da ruptura devido a falhas de Washington, viagens aos Estados Unidos da América em particular ou por necessidade oficial estão repletas de riscos sérios”, afirmou Zakharova durante uma coletiva de imprensa. A porta-voz também aconselhou que os russos evitem viajar para esses destinos durante as festas de fim de ano, ressaltando os perigos específicos ligados ao contexto atual.

Escalada de tensões

O aviso reflete um momento de escalada nas tensões diplomáticas entre a Rússia e os Estados Unidos, que, segundo analistas e diplomatas, enfrentam a pior crise em suas relações desde a Crise dos Mísseis de 1962. O principal ponto de conflito tem sido a guerra na Ucrânia, onde a cooperação militar ocidental à Ucrânia, incluindo o fornecimento de mísseis pelos EUA e Reino Unido, provocou fortes reações do Kremlin.

No mês passado, a situação se agravou quando a Ucrânia utilizou armamento ocidental em ataques ao território russo. Em resposta, Moscou anunciou uma flexibilização de sua política para o uso de armas nucleares, sinalizando uma postura mais agressiva.

Acusações mútuas

As relações também são prejudicadas por acusações mútuas de detenção de cidadãos sob pretextos forjados. Moscou e Washington frequentemente trocam acusações de violações de direitos e uso político de prisões, ampliando o abismo diplomático entre as nações.

Recomendação abrangente

O apelo de Zakharova também incluiu a União Europeia e o Canadá, apontados como “estados satélites” dos Estados Unidos. Apenas algumas exceções foram feitas para os países europeus, embora não especificadas. A mensagem clara do governo russo é de evitar viagens a regiões aliadas dos EUA, reforçando o discurso de hostilidade crescente e os riscos à segurança dos cidadãos russos no exterior.

Este novo capítulo nas relações russo-americanas evidencia a complexidade e gravidade das tensões globais atuais, com implicações que vão além dos campos diplomático e militar, afetando diretamente as populações civis envolvidas.