O Kremlin anunciou nesta sexta-feira (22) que o recente ataque à Ucrânia, realizado com um míssil balístico hipersônico de última geração chamado Oreshnik (“Hazel Tree”), foi uma resposta clara às ações do Ocidente em apoio ao governo ucraniano. A declaração, feita pelo porta-voz Dmitry Peskov, reforça o aumento das tensões entre Moscou e os países ocidentais, especialmente Estados Unidos e Reino Unido, que fornecem armamento avançado para a Ucrânia.
Mensagem ao Ocidente
Segundo Peskov, o ataque foi uma mensagem àqueles que “produzem mísseis, os fornecem à Ucrânia e participam de ataques contra o território russo”. Ele afirmou que a Rússia “demonstrou claramente sua capacidade” e destacou que novas ações retaliatórias podem ocorrer caso suas preocupações não sejam consideradas.
Apesar de não ser obrigada, a Rússia informou os Estados Unidos sobre o lançamento do míssil 30 minutos antes do ataque. A administração do presidente Joe Biden, no entanto, foi acusada por Moscou de preferir “continuar no caminho da escalada” ao invés de buscar um diálogo, segundo Peskov.
Contexto do ataque
O lançamento do Oreshnik foi ordenado por Vladimir Putin após a Ucrânia ter atacado o território russo com seis mísseis ATACMS, fabricados nos EUA, e outros mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow e sistemas HIMARS, também americanos. Esses ataques ocorreram ao longo da última semana, com autorização explícita do governo Biden, segundo o Kremlin.
Putin afirmou que o uso desses armamentos ocidentais sinaliza que o conflito na Ucrânia “adquiriu elementos de caráter global”.
Escalada na guerra
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, classificou o ataque russo como “uma escalada clara e severa” na guerra e pediu uma forte condenação internacional. “A utilização de novos mísseis representa uma ameaça não apenas à Ucrânia, mas à estabilidade global”, declarou Zelenskiy.
A guerra em um novo patamar
Com a introdução do míssil hipersônico Oreshnik, a Rússia sinaliza a evolução tecnológica de seu arsenal militar e busca consolidar sua posição frente aos avanços ucranianos no campo de batalha. O míssil, que possui alta precisão e velocidade, foi projetado para atingir alvos estratégicos e dificultar a interceptação por sistemas de defesa aérea.
O ataque também destaca o aprofundamento do envolvimento de potências globais no conflito, ampliando o risco de uma guerra mais abrangente. Especialistas temem que essa escalada dificulte ainda mais as chances de um cessar-fogo ou negociações de paz no curto prazo.
Reações internacionais
Enquanto líderes globais avaliam o impacto do ataque, analistas ressaltam a necessidade de iniciativas diplomáticas para conter a escalada. No entanto, com acusações mútuas de agressão, tanto pela Rússia quanto pelo Ocidente, o cenário permanece incerto.
A guerra na Ucrânia continua a transformar-se, com implicações que ultrapassam as fronteiras da Europa Oriental e desafiam a estabilidade da ordem global.