Morreu nesta sexta-feira (6), em Los Angeles, aos 83 anos, o icônico músico brasileiro Sergio Mendes. Ele, que ajudou a levar o samba e a bossa nova para o cenário internacional, sofria de complicações causadas pela Covid-19, conforme informou sua família.
Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, Mendes começou sua carreira no famoso Beco das Garrafas, onde conviveu com grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB), como Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Baden Powell. Foi nesse cenário carioca que ele se deparou, em 1963, com a composição “Mas que Nada”, de Jorge Ben Jor, que seria eternizada anos depois em sua própria versão.
A versão de Sergio Mendes para “Mas que Nada” em 1966 se tornou um clássico global, alçando a música à lista das cinco melhores composições brasileiras da revista “Rolling Stone”. Em 2006, a canção ganhou nova vida ao ser regravada em parceria com o grupo americano Black Eyed Peas, transformando-se no maior hit internacional do músico.
“O mundo inteiro conhece essa música, é incrível como a força da música brasileira ultrapassa fronteiras”, afirmou Mendes em uma entrevista ao Jornal da Globo em 2015. Will.i.am, integrante do Black Eyed Peas e produtor do álbum “Timeless”, do qual “Mas que Nada” fazia parte, homenageou Sergio Mendes nas redes sociais com a frase “Amizade atemporal”, em referência ao nome do álbum.
Mendes também foi destaque no Rock in Rio 2017, quando, ao lado de sua esposa Gracinha e da cantora Fergie, fez o público vibrar ao som de “Mas que Nada”. Sua carreira de mais de seis décadas nos Estados Unidos, onde morava desde os anos 1960, o transformou em um embaixador da música brasileira em palcos ao redor do mundo, incluindo a Casa Branca.
Em 1992, Mendes recebeu um Grammy pelo álbum “Brasileiro” e foi premiado duas vezes com o Grammy Latino. Ele também ajudou a lançar Carlinhos Brown no mercado internacional e, juntos, compuseram a trilha sonora do filme de animação “Rio”, em 2012, que rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Canção Original com “Real in Rio”.
O legado de Sergio Mendes foi destacado por músicos e produtores, como Carlinhos Brown, que o chamou de “grande diplomata” da música brasileira. O diretor Carlos Saldanha, que trabalhou com Mendes na trilha de “Rio”, afirmou: “Ele era uma inspiração de vida, ensinando lições que iam além da música.”
Sergio Mendes deixou uma marca indelével na música mundial, misturando o Brasil com influências internacionais e conquistando um público diversificado ao longo de sua carreira. Sua morte foi registrada por grandes jornais internacionais, como o “The New York Times”, que destacou sua contribuição para levar os ritmos brasileiros às paradas de sucesso americanas.