A recente visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Casa Branca, nesta sexta-feira (1°), gerou atritos e ampla repercussão. Durante a reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, houve um embate direto entre os líderes, elevando ainda mais as tensões entre Washington e Kiev.

O governo russo não tardou a se manifestar sobre o ocorrido. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou a viagem de Zelensky como um “fracasso político e diplomático”. Em uma declaração publicada no sábado (1°), a porta-voz russa Maria Zakharova afirmou que o presidente ucraniano está “obcecado em continuar a travar uma guerra” e que sua principal motivação é a permanência no poder.

“Por causa disso, ele destruiu a oposição, construiu um estado totalitário e implacavelmente envia milhões de cidadãos para a morte”, declarou Zakharova. Kiev rejeitou tais acusações, classificando-as como propaganda russa.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, recebeu com satisfação o embate na Casa Branca. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev comentou que Zelensky recebeu um “bofetão sólido” durante a reunião, na qual Trump e seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de agir de forma desrespeitosa em relação aos Estados Unidos.

Zelensky, por sua vez, viu a visita como uma oportunidade de reforçar os laços com os EUA e garantir a continuidade do apoio militar contra a Rússia. Durante o encontro, ele desafiou abertamente Trump sobre sua postura mais moderada em relação ao presidente russo, Vladimir Putin, e buscou garantias de que Washington seguiria ao lado da Ucrânia.

O desdobramento do encontro na Casa Branca pode impactar diretamente o futuro das relações entre os três países. Para os aliados ocidentais da Ucrânia, a continuidade do apoio militar dos EUA é fundamental para o equilíbrio de forças no conflito. No entanto, com Trump sinalizando uma abordagem mais cautelosa no apoio a Kiev, o cenário político e diplomático segue incerto.