Após anos de debates e uma intensa batalha judicial, o TikTok está a poucas horas de ser banido nos Estados Unidos, deixando 170 milhões de usuários sem acesso ao aplicativo. A proibição, que entrará em vigor neste domingo (19), foi confirmada pela Suprema Corte na sexta-feira (17), em uma decisão unânime que considerou a medida constitucional e fundamentada em preocupações de segurança nacional.
A Corte declarou que o Congresso tem o direito de exigir a cessão da propriedade do TikTok para abordar preocupações com a coleta de dados e supostas ligações com o governo chinês. “Para mais de 170 milhões de americanos, o TikTok oferece uma importante via de expressão, mas as preocupações de segurança não podem ser ignoradas”, afirmaram os juízes.
A medida coloca em xeque o futuro do aplicativo nos EUA, a menos que seus proprietários chineses o coloquem à venda até o dia 19 de janeiro. No entanto, tanto a ByteDance, empresa-mãe do TikTok, quanto o governo chinês rejeitaram categoricamente essa possibilidade.
- Papel de Trump na Decisão Final –
Com Joe Biden deixando o cargo, a aplicação da lei agora dependerá do presidente eleito Donald Trump, que assume o mandato na segunda-feira (20). Trump, que anteriormente tentou banir o TikTok em 2020, mudou de posição e sinalizou abertura para manter o aplicativo no país.
Em conversa recente com o presidente chinês Xi Jinping, Trump indicou que avaliará a situação antes de tomar uma decisão definitiva. “Minha decisão sobre o TikTok será tomada em um futuro próximo, mas preciso de tempo para analisar a situação”, declarou em sua rede Truth Social.
Enquanto isso, o CEO do TikTok, Shou Chew, intensifica seus esforços de lobby para impedir o banimento, sendo inclusive um dos convidados de honra na cerimônia de posse de Trump. “Agradecemos o compromisso de trabalhar em conjunto para encontrar uma solução”, afirmou Chew.
- Alternativas e Impactos –
O TikTok enfrenta pressão não apenas de Washington, mas também de anunciantes e criadores de conteúdo, que se preparam para um possível encerramento das atividades. Alguns criadores postaram mensagens de despedida e sugeriram que seus seguidores os acompanhem em outras plataformas.
Investidores americanos, como o empreendedor Frank McCourt, demonstraram interesse em adquirir as operações do TikTok nos EUA, embora sem o algoritmo principal do aplicativo. No entanto, a incerteza sobre um acordo aumenta as dúvidas sobre o futuro da plataforma.
O tempo está se esgotando, e resta saber se o governo Trump ou o Congresso buscarão uma solução viável para evitar que o TikTok desapareça do cenário digital dos Estados Unidos. Por enquanto, a contagem regressiva continua, com milhões de usuários atentos ao desfecho desta história.