TikTok Retoma Operação nos EUA Após Aceno de Trump: O Que Se Sabe

Após ficar algumas horas fora do ar nos Estados Unidos neste domingo (19/1), o TikTok iniciou a retomada de seus serviços para os 170 milhões de usuários no país. A volta acontece após declarações do presidente eleito Donald Trump sobre possíveis acordos para permitir o funcionamento da rede social chinesa em solo americano.

O aplicativo havia suspendido suas operações após a Suprema Corte confirmar, na sexta-feira (17/1), uma lei que exige que o TikTok seja vendido a uma empresa americana para continuar operando. A medida foi justificada pelo Congresso como necessária para “resguardar a segurança nacional” e prevenir que uma empresa estrangeira colete dados sensíveis de milhões de americanos.

Declarações de Trump e Ações do TikTok

Em um comunicado, o TikTok afirmou estar no processo de “restaurar o serviço” após algumas horas de indisponibilidade. A empresa agradeceu a Trump por “fornecer clareza e garantia” e prometeu trabalhar em uma solução de longo prazo que permita a continuidade do aplicativo nos EUA.

Trump, por sua vez, anunciou uma ordem executiva para adiar a proibição por 90 dias, dando tempo ao TikTok para encontrar um parceiro americano que adquira 50% de participação na companhia. “Gostaria que os Estados Unidos tivessem uma posição de 50% de propriedade em uma joint venture. Com a nossa aprovação, o TikTok vale centenas de bilhões de dólares, talvez trilhões”, afirmou o presidente eleito.

Imbróglio Judicial

A Suprema Corte apoiou uma decisão que considerou constitucional a exigência de venda do TikTok. A ByteDance, dona do aplicativo, tentou argumentar que a medida feria a Primeira Emenda da Constituição americana, mas não obteve sucesso. Segundo o Departamento de Justiça, a decisão visa impedir que o governo chinês use o TikTok como ferramenta para comprometer a segurança nacional.

Autoridades americanas alegam que espiões chineses poderiam usar o TikTok para rastrear informações sensíveis de cidadãos e contratados do governo. Em resposta, a embaixada chinesa em Washington acusou os EUA de repressão injusta e prometeu salvaguardar os direitos do TikTok. A ByteDance, por sua vez, negou qualquer influência do Partido Comunista Chinês na gestão da rede social.

O Papel do TikTok e Alternativas

Com 170 milhões de usuários americanos, que gastam em média 51 minutos diários no aplicativo, o TikTok se tornou parte central da cultura digital. Analistas apontam que um eventual banimento criaria oportunidades para rivais como Instagram Reels e YouTube Shorts. Outra alternativa crescente é o RedNote, uma plataforma chinesa conhecida como Xiaohongshu, que mistura elementos de TikTok e Instagram e tem ganhado popularidade nos EUA e Reino Unido.

Enquanto isso, novos usuários do RedNote se referem a si mesmos como “refugiados do TikTok” e mantêm um tom bem-humorado sobre as preocupações com espionagem chinesa. O TikTok afirma operar de forma independente e tem sede em Singapura, mas a polêmica segue alimentando tensões entre EUA e China.

Próximos Passos

O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, é esperado entre os executivos de tecnologia na posse de Trump. A empresa trabalha para encontrar um comprador americano e evitar novos entraves judiciais. Enquanto isso, Trump promete avançar em soluções que protejam os dados americanos sem comprometer a experiência de usuários e criadores de conteúdo. O desfecho dessa disputa continua sendo aguardado com atenção global.

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