Os trabalhadores portuários dos Estados Unidos encerraram uma greve de três dias nesta quinta-feira, após alcançar um “acordo de princípio” com os empregadores sobre salários e a prorrogação do contrato coletivo. A greve, que envolveu cerca de 45 mil trabalhadores, paralisou as operações em 36 portos do país, impactando o fluxo de mercadorias essenciais, como alimentos e produtos eletrônicos, a poucas semanas das eleições presidenciais.

A paralisação teve início na madrugada de terça-feira, liderada pela Associação Internacional de Estivadores (ILA, na sigla em inglês), após as negociações com a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX), representante das empresas de transporte e operadoras de terminais, chegarem a um impasse. O sindicato exigia um aumento salarial significativo e proteções contra a perda de empregos, decorrente do avanço da automação nas operações portuárias.

Em comunicado conjunto divulgado na noite de quinta-feira, as duas partes informaram que “fecharam um acordo de princípio sobre os salários e concordaram em prorrogar o contrato marco até 15 de janeiro de 2025, a fim de retornar à mesa para negociar todas as demais questões pendentes”. O comunicado também indicou que, com efeito imediato, todas as ações de greve cessariam.

Embora os termos exatos do acordo não tenham sido divulgados oficialmente, o Wall Street Journal relatou, com base em fontes próximas às negociações, que a USMX propôs um aumento salarial de 62% ao longo de seis anos, o que facilitou a resolução do conflito.

Esta greve marcou a primeira paralisação desse tipo desde 1977, refletindo as crescentes tensões entre os sindicatos e os empregadores em torno de temas como salários e automação, que continuam a ser tópicos centrais nas negociações em curso. A rápida solução foi crucial para evitar interrupções prolongadas em um setor vital para a economia norte-americana, que está particularmente sensível neste momento, dada a proximidade das eleições.