Trump acusa China e Vietnã de tentar “ferrar” os EUA e promete novas tarifas para setor farmacêutico

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar o tom contra a China nesta segunda-feira (14), acusando Pequim de se aliar ao Vietnã para “prejudicar os EUA” em meio ao aumento das tensões comerciais entre as maiores economias do mundo. A declaração foi feita durante uma reunião na Casa Branca com Nayib Bukele, presidente reeleito de El Salvador.

Trump reagia à visita do presidente chinês Xi Jinping ao Vietnã, país que se tornou um importante destino de empresas chinesas que tentam escapar das tarifas americanas. “Eu não culpo a China, nem o Vietnã. Mas vejo que eles estão se reunindo hoje… como se estivessem tentando descobrir ‘como podemos ferrar com os EUA'”, afirmou Trump a jornalistas no Salão Oval.

O presidente americano também voltou a defender o uso de tarifas como instrumento de política econômica, afirmando que “tudo o que tem que fazer é impor tarifas”. Segundo ele, o setor farmacêutico deve ser o próximo alvo de medidas protecionistas, com novas tarifas sobre produtos importados “em um futuro não tão distante”.

Em contrapartida, Trump afirmou que o governo estuda medidas de apoio à indústria automotiva. Apesar da presença de grandes montadoras nacionais como Ford e GM, quase metade dos veículos vendidos nos EUA em 2024 foi importada. Algumas fabricantes estrangeiras, como Audi e Jaguar Land Rover, já suspenderam exportações para os EUA devido ao clima de incerteza comercial.

A declaração de Trump ocorre no contexto de uma escalada na guerra tarifária com a China. Desde o início de abril, os dois países vêm trocando aumentos de tarifas. Trump impôs tarifas que variam entre 10% e 50% a mais de 180 países, com a China sendo uma das mais afetadas, com taxas chegando a 145%. A China respondeu com tarifas de até 125% sobre produtos americanos e afirmou estar pronta para “revidar até o fim”.

O presidente americano anunciou ainda uma trégua temporária nas tarifas para os demais países — reduzindo as taxas para 10% por 90 dias — mas manteve a pressão máxima sobre Pequim. Segundo a Casa Branca, a China continua sendo o principal alvo da política comercial de Trump, que espera forçar concessões econômicas do governo de Xi Jinping.

Com o avanço das tensões, analistas temem que o conflito tarifário provoque impactos duradouros na economia global, afetando cadeias produtivas, investimentos internacionais e o preço de bens de consumo nos EUA.

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