Trump Afirma que os EUA “Precisam Ter” a Groenlândia para Garantir Segurança Internacional

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez declarações polêmicas sobre a Groenlândia, afirmando que os EUA “precisam ter” a ilha para garantir a segurança internacional. Em entrevista ao podcast de Vince Coglianese, Trump disse que a Groenlândia é uma posição estratégica vital, tanto para uma “postura defensiva” quanto “ofensiva”. Segundo ele, “precisamos dela. Temos que tê-la, especialmente com o mundo do jeito que está”. Trump ressaltou ainda que, embora não goste de colocar dessa forma, a ilha será necessária para os interesses dos Estados Unidos.

Questionado sobre a receptividade dos groenlandeses à ideia de se tornarem parte dos Estados Unidos, Trump não descartou a possibilidade, dizendo que o país deveria convencer os habitantes locais. “Temos que ter essa terra porque não é possível defender adequadamente uma grande parte desta Terra – não apenas os Estados Unidos – sem ela”, afirmou o presidente.

A declaração de Trump ocorre em meio a uma série de ameaças sobre a anexação da Groenlândia, que é um território semiautônomo pertencente à Dinamarca. A ilha tem se tornado foco de atenção geopolítica devido à sua localização estratégica no Ártico, um ponto chave de interesse militar e energético.

Opinião Pública e Reações Críticas

Apesar das afirmações de Trump, pesquisas de opinião mostram que a maioria da população da Groenlândia se opõe à ideia de se tornar parte dos Estados Unidos. A crescente oposição se reflete também em protestos significativos, com manifestações antiamericanas marcando alguns dos maiores atos de resistência na ilha. Recentemente, cidadãos groenlandeses organizaram uma série de protestos contra as declarações do presidente americano, sendo esses protestos amplamente cobertos pela mídia internacional.

A proposta de Trump também gerou críticas internacionais. Autoridades canadenses e dinamarquesas não hesitaram em expressar sua desaprovação diante das ameaças de anexação. O governo da Dinamarca classificou as palavras de Trump como “pressão inaceitável”, enquanto o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, comentou positivamente a decisão dos Estados Unidos de reduzir o escopo de uma visita programada à Groenlândia, que originalmente incluía uma série de eventos simbólicos.

Visita de Autoridades Americanas à Groenlândia

Em paralelo, uma delegação oficial dos Estados Unidos deverá visitar a Groenlândia nesta semana. A visita inclui o vice-presidente JD Vance, que inicialmente havia planejado uma agenda que passaria por uma base militar dos EUA na ilha e por atividades culturais, como uma corrida de trenós puxados por cães. No entanto, em resposta à crescente pressão política de autoridades dinamarquesas e groenlandesas, a visita foi reestruturada, limitando-se à visita à base militar de Pituffik, controlada pelos Estados Unidos.

A decisão de reduzir o conteúdo da visita foi bem recebida pelo governo da Dinamarca. O ministro Lars Lokke Rasmussen afirmou que a mudança era um passo positivo, considerando que a Dinamarca e a Groenlândia têm autonomia sobre os assuntos internos do território. “Não temos nada contra os americanos visitarem sua própria base em Pituffik, mas a visita à sociedade groenlandesa era inaceitável”, disse Rasmussen.

A visita à Groenlândia é um reflexo das tensões crescentes sobre o papel estratégico da ilha no cenário global, à medida que potências como os Estados Unidos e a Rússia intensificam sua disputa pelo controle de recursos e rotas de navegação no Ártico.

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