Trump ameaça saída dos EUA da OTAN e promete tentar acabar com a cidadania por nascimento nos EUA

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em uma entrevista transmitida neste domingo que considera seriamente retirar o país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) caso os aliados não assumam uma maior parcela dos custos de defesa. Além disso, Trump anunciou planos de tentar acabar com o direito constitucional à cidadania por nascimento nos EUA, sugerindo que pode implementar a medida por meio de uma ordem executiva.

Em sua primeira entrevista desde a vitória eleitoral de novembro, concedida ao programa Meet the Press da NBC, Trump reforçou sua visão de que a OTAN tem sido financeiramente injusta com os Estados Unidos.

— Totalmente consideraria sair da OTAN se não tivermos um acordo justo — afirmou. — Os países membros precisam pagar suas contas e tratar os Estados Unidos de maneira justa.

Trump tem criticado a OTAN desde sua campanha eleitoral, afirmando que os Estados Unidos arcam com uma parcela desproporcional dos custos da aliança militar, que é composta por 31 países.

Fim da cidadania por nascimento

O presidente eleito também reiterou sua promessa de endurecer as políticas de imigração, incluindo o controverso plano de eliminar o direito à cidadania automática para aqueles que nascem em solo americano, consagrado na 14ª Emenda da Constituição dos EUA.

— Acredito que podemos resolver isso por meio de uma ação executiva — disse Trump, referindo-se à possibilidade de um decreto presidencial para acabar com o benefício.

Trump destacou ainda que pretende intensificar as deportações de imigrantes em situação irregular.

Encontro com o secretário-geral da OTAN

As declarações ocorrem pouco após Trump se reunir com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, em novembro, na Flórida. Segundo a porta-voz Farah Dakhlallah, o encontro abordou desafios de segurança global enfrentados pela aliança, incluindo a crescente aproximação entre países como Rússia, China, Coreia do Norte e Irã.

Rutte já havia alertado sobre a necessidade de coordenar esforços com o governo Trump para enfrentar a ameaça representada pela cooperação entre esses países, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia.

— Estou ansioso para trabalhar com o Presidente Trump para enfrentar coletivamente essas ameaças — afirmou Rutte em uma declaração anterior.

Reações internacionais

As declarações de Trump sobre a possível saída da OTAN e o fim da cidadania por nascimento geraram preocupação entre especialistas e aliados internacionais. Críticos temem que essas medidas possam enfraquecer a posição dos EUA no cenário global e intensificar tensões internas e externas.

Analistas apontam que a retirada dos EUA da OTAN representaria um golpe significativo para a aliança, criada em 1949 como um bloco de defesa mútua contra ameaças externas. Já o plano de revogar a cidadania por nascimento deve enfrentar desafios jurídicos robustos, dado seu embasamento constitucional.

O impacto dessas medidas, caso sejam implementadas, promete redesenhar não apenas a política externa dos EUA, mas também a dinâmica interna do país.

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