Washington, D.C. – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (24) que não vê problema no envio de tropas europeias de paz para a Ucrânia e afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, aceitará a presença dessas tropas em território ucraniano. A declaração foi feita durante um encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, onde discutiram a guerra no Leste Europeu.
Ao longo dos três anos de conflito, Putin advertiu repetidamente que consideraria a presença de tropas ocidentais na Ucrânia como uma declaração de guerra direta. No entanto, segundo Macron, as tropas não seriam enviadas para combater ao lado dos soldados ucranianos, mas sim para garantir a paz no país após um eventual acordo para encerrar os combates.
Tensão Entre Trump e Zelensky
A declaração de Trump ocorre dias após o presidente americano ter feito críticas severas ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. Na última quarta-feira (19), Trump chamou Zelensky de “comediante modestamente bem-sucedido” e “ditador”, além de fazer ameaças diretas ao governo ucraniano. Em entrevista dois dias depois, ele minimizou a importância da participação de Zelensky nas negociações de paz, afirmando que “ele faz com que seja muito difícil fechar acordos”.
Por sua vez, Zelensky acusou Trump de exigir US$ 500 bilhões em riquezas ucranianas em troca de apoio dos Estados Unidos. O líder ucraniano enfatizou que não poderia “vender o próprio país” em negociações de paz.
Enquanto isso, representantes dos EUA e da Rússia já haviam se reunido na Arábia Saudita para discutir o fim do conflito sem a presença de nenhuma autoridade ucraniana, aumentando as tensões entre os aliados ocidentais.
Preparação Europeia para a Paz
Líderes europeus já haviam declarado anteriormente estar prontos para enviar tropas de paz para a Ucrânia assim que um acordo de cessar-fogo fosse assinado. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, confirmou que estaria “pronto e disposto” a mobilizar tropas britânicas dentro desse contexto.
As nações europeias também demonstraram preocupação com a relação crescente entre Trump e Putin, especialmente após o presidente dos EUA ter iniciado negociações de paz diretas com Moscou sem consultar seus aliados na Otan.
Zelensky Considera Renúncia
Em um movimento surpreendente, Zelensky declarou no domingo (23) que estaria disposto a deixar o governo caso isso ajudasse a acabar com a guerra. No entanto, ele condicionou essa possibilidade à entrada da Ucrânia na Otan e garantiu que “não planejo estar no poder por décadas”.
O cenário atual ainda apresenta incertezas sobre os próximos passos das negociações e o envolvimento europeu na pacificação da região, mas a movimentação diplomática sinaliza uma nova fase na guerra que se arrasta desde 2022.