Em entrevista publicada nesta sexta-feira (25) pela Time Magazine, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil é um dos países que “sobrevivem” e “ficaram ricos” ao impor tarifas sobre as importações americanas. As declarações foram dadas em meio à defesa do presidente pela manutenção de tarifas elevadas sobre produtos estrangeiros que entram nos Estados Unidos.
Trump classificou como “vitória total” a possibilidade de, daqui a um ano, o país ainda manter tarifas altas sobre as importações. Segundo ele, essa política tem resultado em um aumento expressivo da arrecadação americana. “Estamos ganhando uma fortuna”, disse, alegando que os EUA estão arrecadando “bilhões e bilhões de dólares” com a taxação de importados, embora não tenha apresentado dados ou fontes.
O presidente citou o Brasil, a China e a Índia como exemplos de países que cobram tarifas elevadas sobre produtos americanos. “Se você olhar para o Brasil, se você olhar para muitos, muitos países, eles cobram — é assim que eles sobrevivem. É assim que eles ficaram ricos”, afirmou.
Segundo Trump, a imposição de tarifas também tem o objetivo de incentivar empresas estrangeiras a transferirem suas operações para território americano. “Elas estão vindo porque não querem pagar as tarifas. Lembre-se disso: não há tarifas se elas fizerem seus produtos aqui”, destacou.
Durante a entrevista, o presidente voltou a comparar os Estados Unidos a uma loja, sugerindo que os países que comercializam com os EUA devem pagar pelo acesso ao mercado americano. “Todo mundo tira coisas da maior loja de departamentos da história. Mas agora, eles vão pagar um preço por tirar nossos tesouros, nossos empregos”, declarou.
Trump também mencionou uma ligação recente do presidente da China, Xi Jinping, para tratar da chamada “guerra tarifária” entre os dois países. Sem dar detalhes sobre o conteúdo da conversa ou quando ela ocorreu, o presidente afirmou que “todos querem fazer acordos” e que cabe aos EUA definir as regras do comércio.
Por fim, ele criticou o que chamou de déficit comercial insustentável com a China, estimado por ele em cerca de 2 trilhões de dólares, classificando-o como “prejuízo” para os EUA. “Quando a China ganha um trilhão de dólares sobre nós, isso é o que não é sustentável”, concluiu.
As declarações reforçam a retórica protecionista de Trump, que tem adotado o tema das tarifas comerciais como uma de suas bandeiras políticas, especialmente em contexto de campanha. Até o momento, o governo brasileiro não comentou as falas do presidente americano.