O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (11) que escolheu a deputada republicana Elise Stefanik para ser a próxima embaixadora do país na Organização das Nações Unidas (ONU). A nomeação é mais um passo na formação do novo governo de Trump, que assumirá a presidência em janeiro de 2025.
Stefanik, de 40 anos, é uma das figuras mais leais ao ex-presidente no Congresso e atualmente ocupa o cargo de presidente da Conferência Republicana na Câmara dos Deputados. Ela foi reeleita na semana passada para o seu quinto mandato representando o 21º distrito de Nova York, uma região predominantemente rural, e é vista como uma defensora ardente das políticas “America First” de Trump.
Em um comunicado divulgado pela Reuters e pela Associated Press, Trump destacou o perfil de Stefanik como “uma lutadora incrivelmente forte, determinada e inteligente”, e afirmou que sua nomeação é uma “honra” para o governo dos EUA. “Elise é uma verdadeira campeã do nosso país e uma defensora incansável dos interesses americanos”, disse o presidente eleito.
A nomeação de Stefanik para um cargo internacional de destaque reflete a política isolacionista que Trump tem prometido adotar em seu segundo mandato, com foco em reduzir o envolvimento dos Estados Unidos em questões globais e priorizar os interesses internos do país. A deputada é uma fervorosa defensora dessa agenda e tem uma trajetória marcada pelo apoio incondicional a Trump, especialmente em tempos de crise no Congresso.
Uma Aliada Inabalável de Trump
Elise Stefanik começou sua carreira política como uma moderada, mas ao longo dos anos se aproximou cada vez mais de Trump, adotando uma postura mais conservadora e alinhada com o movimento “Make America Great Again” (MAGA). Em 2019, ela se descreveu como “ultra-MAGA”, um termo que reflete sua lealdade ao ex-presidente e sua visão de um retorno ao nacionalismo econômico e político que marcou a presidência de Trump.
Durante os dois processos de impeachment contra Trump, Stefanik se destacou como uma das defensoras mais ferozes do então presidente, usando sua posição na Câmara para criticar veementemente as acusações e se opor às investigações. Sua postura agressiva em defesa de Trump lhe rendeu destaque no partido republicano e a consolidou como uma das principais vozes do movimento conservador nos Estados Unidos.
Além de sua defesa incansável de Trump, Stefanik também ganhou notoriedade por sua atuação em questões de direitos civis e seu enfrentamento de lideranças acadêmicas sobre o antissemitismo nas universidades, o que levou à renúncia de dois reitores. Esse tipo de postura combativa e polêmica lhe conferiu tanto apoio quanto críticas, mas consolidou sua imagem como uma política pronta para confrontar instituições e líderes tradicionais.
Futuro Governo de Trump
A escolha de Stefanik para a ONU é mais um indicativo de que Trump está montando uma equipe de governo com nomes que compartilham sua visão de America First. Nos últimos dias, ele também fez outras nomeações importantes, como Susie Wiles para o cargo de chefe de gabinete e Tom Homan para o posto de “czar da fronteira”, além de reuniões com o investidor Scott Bessent, possivelmente indicado para o cargo de secretário do Tesouro.
A nomeação de Stefanik para a ONU, no entanto, é uma das mais significativas, já que ela representará os Estados Unidos em um dos maiores organismos multilaterais do mundo. Sua postura firmemente alinhada com a agenda de Trump pode sinalizar um distanciamento ainda maior dos EUA em relação a compromissos internacionais, ao mesmo tempo em que reforça a posição do país como um ator global focado nas prioridades domésticas.
Com a posse de Trump se aproximando, o país aguarda para ver como essas escolhas de gabinete irão moldar a política externa dos Estados Unidos e qual será o impacto das nomeações de figuras como Stefanik em temas globais que exigem um papel ativo e diplomático na arena internacional.