Trump Indica Robert Kennedy Jr. para Cargo na Saúde e Abre Espaço para Polêmicas sobre Flúor e Vacinas

Em um movimento que pode mudar radicalmente a política de saúde nos Estados Unidos, Donald Trump anunciou a indicação do ativista antivacinas Robert Kennedy Jr. para um importante cargo de supervisão de políticas de saúde, caso retorne à presidência em 2024. Conhecido por suas posições controversas, Kennedy Jr. é ex-candidato independente que desistiu de sua campanha para apoiar Trump e agora se apresenta como uma figura central em uma possível administração republicana.

Durante uma entrevista à NBC, Trump elogiou Kennedy Jr., afirmando que ele é “um cara talentoso” com “opiniões fortes”. O ex-presidente não hesitou em afirmar que está aberto a apoiar algumas das ideias mais polêmicas de Kennedy, incluindo a proibição do flúor na água potável e a restrição de certas vacinas. Essas propostas, se implementadas, representariam um retrocesso significativo em políticas de saúde pública que têm sido defendidas por especialistas e instituições como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Kennedy Jr. já anunciou por meio de suas redes sociais que, caso assuma o cargo, uma de suas primeiras ações será a proibição do flúor na água, alegando que se trata de um resíduo industrial associado a doenças como câncer. Essa declaração ignora décadas de consenso científico que comprovam os benefícios da fluoração para a saúde dental e pública.

O apoio de Trump a Kennedy Jr. é preocupante, especialmente considerando o histórico do ativista na promoção de teorias da conspiração sobre vacinas, incluindo a infame e amplamente desacreditada alegação de que vacinas estariam ligadas ao autismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a imunização em massa tem salvado milhões de vidas ao longo das últimas décadas.

A polarização política nos Estados Unidos, que se intensificou durante a pandemia de Covid-19, criou um ambiente propício para as ideias de Kennedy Jr. Ele chegou a comparar os lockdowns com os regimes totalitários, uma retórica que ressoou com uma parcela da população, mas que gerou repulsa entre muitos outros.

Embora o clã Kennedy tenha se distanciado de RFK Jr., rejeitando suas ideias e candidatura, Trump demonstrou confiança nas capacidades do ativista, propondo-lhe um papel de destaque na área da saúde. “Vou deixá-lo enlouquecer com a saúde, vou deixá-lo enlouquecer com a comida, vou deixá-lo enlouquecer com os remédios”, declarou o ex-presidente, evidenciando sua disposição em seguir uma agenda que pode desestabilizar conquistas em saúde pública.

Se Trump for reeleito e Kennedy Jr. assumir o cargo, as políticas de saúde nos EUA podem passar por uma transformação radical, levantando sérias preocupações sobre os impactos na saúde da população. O cenário é um chamado à reflexão sobre o futuro das políticas de saúde pública em um país já tão dividido.

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