O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à presidência, Donald Trump, intensificou sua retórica contra imigrantes em um discurso realizado nesta quinta-feira (10) em Aurora, Colorado. Prometendo uma política de deportação em massa e leis mais severas contra imigrantes em situação irregular, Trump afirmou que o dia 5 de novembro de 2024, data das eleições, será o “dia da libertação” do que chamou de “ocupação criminosa” no país.
Durante o evento, Trump descreveu um cenário apocalíptico de um país “invadido” por criminosos estrangeiros, especificamente mencionando uma gangue venezuelana, o Trem de Aragua, que supostamente estaria aterrorizando Aurora. No entanto, as autoridades locais desmentiram a existência de tal situação na cidade. Mesmo assim, o ex-presidente usou a narrativa para justificar suas promessas de endurecimento das políticas de imigração.
Promessas de Deportação e Pena de Morte
Em seu discurso, Trump foi além do habitual ao prometer restaurar o Título 42, medida de saúde pública implementada durante a pandemia da Covid-19 que bloqueava a entrada de imigrantes. Ele também apresentou um plano apelidado de “Operação Aurora”, que pretende utilizar uma lei do século XVIII como base para deportar imigrantes indocumentados.
— “Enviaremos esquadrões de elite do ICE, da Patrulha da Fronteira e forças federais para prender e deportar cada membro de gangue até que não sobre nenhum neste país”, declarou Trump. Além disso, ele defendeu a criação de uma lei que imponha a pena de morte a imigrantes que matem cidadãos americanos ou policiais.
Acusações à Kamala Harris e Cidades-Santuário
Trump também direcionou críticas ferozes à sua adversária nas eleições, a vice-presidente Kamala Harris, acusando-a de “importar” criminosos de outros países. Segundo ele, Harris teria trazido “um exército de membros de gangues estrangeiras ilegais” para Aurora. O ex-presidente prometeu acabar com as chamadas cidades-santuário, que protegem imigrantes indocumentados da deportação, enviando ao Congresso um projeto de lei para proibi-las.
Em sua retórica, Trump afirmou que os imigrantes estariam trazendo “doenças altamente contagiosas” para os Estados Unidos e acusou-os de “envenenar” o país. Ele enfatizou que seu governo executaria a “maior operação de deportação da história americana”.
Estratégia de Campanha
A plataforma anti-imigração de Trump tem sido um dos pilares de sua campanha para atrair eleitores, especialmente em estados na fronteira com o México, como o Arizona, que é considerado um estado-pêndulo crucial nas eleições de 2024. No entanto, sua retórica inflamadora não se limita às áreas fronteiriças. Em outras regiões, como Ohio, Trump tem repetido histórias alarmantes, como a falsa alegação de que imigrantes haitianos estariam caçando animais domésticos para se alimentar, algo que foi prontamente desmentido por autoridades locais.
Com a aproximação das eleições, Trump continua a intensificar suas promessas de endurecimento das políticas de imigração, apostando na radicalização como estratégia para consolidar sua base de eleitores conservadores. As críticas a imigrantes e a proposta de leis extremas, como a pena de morte, devem continuar a ser temas centrais de sua campanha.