Trump volta a ser favorito nas eleições nos EUA e movimenta o mercado, diz analista

Com a aproximação das eleições presidenciais dos Estados Unidos, previstas para o dia 5 de novembro, o mercado financeiro começa a reagir ao favoritismo crescente de Donald Trump. Paulo Gitz, estrategista global da XP, afirmou nesta segunda-feira (14), durante o Morning Call da XP, que a disputa eleitoral está “ofuscando” a temporada de balanços do terceiro trimestre de 2024 (3T24) das empresas americanas.

Segundo Gitz, a possibilidade de uma vitória de Trump e de uma “onda vermelha” — quando o Partido Republicano conquista a presidência e a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes — tem ganhado força. “Na semana passada, Trump voltou a ser o favorito, e o mercado começa a se posicionar para um provável governo republicano”, destacou o estrategista. A perspectiva de uma onda vermelha aumentou o otimismo em torno de setores que se beneficiam de políticas republicanas, levando a uma performance superior dessas ações.

Impacto na política monetária e dúvidas sobre cortes de juros

Apesar da queda recente da inflação, Gitz apontou que a curva de juros nos Estados Unidos segue em alta, pressionada por dados de emprego mais fortes e uma inflação que ainda não mostra sinais claros de retorno à meta do Federal Reserve (Fed). A possibilidade de cortes de juros, que antes era esperada com mais certeza, começou a perder força com as declarações recentes dos dirigentes do Fed.

Atualmente, o mercado estima uma probabilidade de cortes de 0,25 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro do Fed, mas, segundo Gitz, “não há 100% de certeza de que haverá cortes”. Essa incerteza adiciona volatilidade às expectativas do mercado, que monitora de perto os próximos passos da política monetária americana.

Temporada de balanços e previsões para 2025

Sobre a temporada de resultados do terceiro trimestre, Gitz mencionou que o consenso de mercado é de que o lucro por ação das empresas do S&P 500 suba 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, ele ressaltou que esse número representa uma desaceleração significativa comparado ao crescimento de 11,4% registrado no trimestre anterior.

O estrategista acredita que essa discrepância em relação ao crescimento do PIB americano pode resultar em uma temporada de resultados surpreendente, com possíveis revisões positivas. No entanto, ele frisou que o mais importante nessa temporada de balanços não será apenas o desempenho financeiro das empresas, mas os guidances, ou seja, as previsões para 2025, que começarão a ser divulgadas agora.

Com a atenção do mercado voltada tanto para o cenário eleitoral quanto para as incertezas sobre a política monetária, os próximos meses prometem ser de grande volatilidade e expectativas no mundo financeiro.

Relacionadas

Últimas notícias