Zelensky defende fim da guerra, mas recusa ceder territórios à Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reiterou nesta terça-feira (29) sua disposição para pôr fim à guerra com a Rússia, mas reforçou que não aceitará conceder qualquer parte do território ucraniano como parte de um eventual acordo de paz. A declaração foi feita durante participação por videoconferência em uma cúpula realizada na Polônia.

“Todos queremos que essa guerra termine de maneira justa, sem recompensas para Putin, em especial sem territórios”, afirmou Zelensky. O presidente ucraniano também expressou preocupação com a realização de exercícios militares conjuntos entre Rússia e Belarus, previstos para setembro, alegando que Moscou estaria “preparando algo” no país vizinho. No entanto, não apresentou provas ou detalhes sobre a afirmação.

O Kremlin também se manifestou nesta terça-feira sobre as negociações de paz. De acordo com o porta-voz Dmitry Peskov, a Ucrânia não respondeu a diversas ofertas do presidente russo, Vladimir Putin, para iniciar conversas diretas. Ele afirmou que Moscou mantém o foco em iniciar um processo de paz, mas alegou que a proposta de cessar-fogo de 30 dias feita por Zelensky exigiria esclarecimento de diversas “nuances” antes de ser considerada.

No cenário internacional, os Estados Unidos têm desempenhado um papel ativo nas tentativas de intermediação. O presidente norte-americano, Donald Trump, indicou que Kiev poderia aceitar ceder a Crimeia — anexada pela Rússia em 2014 — como parte de um acordo mais amplo. Autoridades dos EUA também sugeriram que a Rússia mantenha os territórios que controla atualmente, que equivalem a cerca de 20% do território ucraniano.

Zelensky, no entanto, mantém posição contrária à cessão de qualquer área, incluindo a Crimeia, e reforça que a soberania territorial da Ucrânia deve ser respeitada integralmente. A guerra, iniciada em fevereiro de 2022 com a invasão russa, já causou milhares de mortes, deslocamentos em massa e um impasse diplomático prolongado, apesar de esforços internacionais para alcançar uma resolução pacífica.

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